Marsha Linehan e a autorregulação emocional: o que a criadora da DBT nos ensina sobre lidar com emoções intensas

Você já sentiu que suas emoções parecem fortes demais, difíceis de controlar? Para muitas pessoas, essa sensação é uma constante — e foi para elas que a psicóloga norte-americana Marsha M. Linehan, desenvolveu uma das abordagens terapêuticas mais revolucionárias da psicologia contemporânea: a Terapia Comportamental Dialética (DBT).

AUTORREGULAÇÃO EMOCIONAL

Quem é Marsha Linehan?

Marsha Linehan é considerada uma das figuras mais influentes da psicologia moderna. Criadora da DBT, ela dedicou sua vida a ajudar pessoas que enfrentam emoções intensas e difíceis de regular, como aquelas com Transtorno de Personalidade Borderline, mas suas ideias ganharam espaço em diversas áreas clínicas e de bem-estar emocional.

Seu trabalho trouxe uma mensagem poderosa: ninguém está condenado a viver dominado por emoções. É possível aprender a regulá-las.

As premissas centrais da DBT:

Linehan parte de algumas ideias fundamentais:

1. Algumas pessoas são mais vulneráveis emocionalmente

Elas sentem mais, reagem mais forte e demoram mais para se acalmar. Isso não é defeito, mas um traço que precisa ser compreendido.

2. O problema central é a desregulação emocional

Muitos comportamentos de risco (explosões de raiva, automutilação, compulsões, abuso de substâncias) são, na verdade, tentativas de regular emoções avassaladoras.

3. A dialética: aceitar e mudar

O coração da DBT está na dialética entre dois polos:

* Aceitar a pessoa como ela é;

* E, ao mesmo tempo, ajudá-la a mudar comportamentos que causam sofrimento.

4. Treinamento de habilidades práticas

A DBT não fica apenas no insight, mas ensina um “manual de vida emocional” em quatro módulos:

* Mindfulness (atenção plena)

* Tolerância ao mal-estar

* Regulação emocional

* Eficácia interpessoal

5. Validação como base terapêutica

O paciente precisa sentir que suas emoções são reconhecidas e legitimadas — isso cria confiança e abre espaço para transformação.

O que isso significa na prática?

Linehan mostrou que autorregulação emocional é uma habilidade treinável. Isso significa que qualquer pessoa pode aprender a:

* Reconhecer e dar nome às emoções;

* Criar espaço entre sentir e agir;

* Construir respostas mais conscientes, em vez de impulsivas;

* Desenvolver relacionamentos mais saudáveis.

Por que aprender a se autorregular é tão valioso?

Quando conseguimos nos autorregular, não eliminamos nossas emoções — mas ganhamos liberdade para escolher como responder a elas.

Isso traz benefícios concretos:

* Menos crises emocionais;

* Mais qualidade nos relacionamentos;

* Redução de comportamentos autodestrutivos;

* Maior bem-estar e autonomia.

Conclusão: um caminho de esperança

A mensagem de Marsha Linehan é clara e inspiradora:

autorregulação emocional não é um dom, é uma habilidade que pode ser aprendida em qualquer fase da vida.

Seja em terapia ou no dia a dia, todos nós podemos construir recursos para lidar melhor com nossas emoções e viver de forma mais equilibrada e significativa.

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