“O Que Ninguém Nos Contou”: Por que o livro de Sharon Malone é um grito de libertação para mulheres maduras

Você já se sentiu sozinha em meio a ondas de calor, neblina mental, alterações de humor e um cansaço que ninguém leva a sério? Pois bem, a médica americana Sharon Malone decidiu romper o silêncio em torno de tudo isso — e o resultado é um livro transformador. Em “Grown Woman Talk: Your Guide to Getting and Staying Healthy” (ainda sem tradução oficial para o português), Malone faz muito mais do que explicar a menopausa: ela desmantela um sistema que tem ignorado o corpo e a saúde das mulheres por séculos.

CÉREBRO X MENOPAUSA

O silêncio sobre a menopausa é uma forma de violência simbólica

Malone, ginecologista e obstetra especializada em saúde feminina na meia-idade, parte de uma verdade brutal: por muito tempo, a medicina foi pensada por homens, para homens. O corpo feminino foi visto como desvio, como mistério, como “instável” — e não como centro legítimo de saber.

Isso teve consequências. A menopausa, que é uma fase inevitável da vida de toda mulher que envelhece, foi tratada como tabu, como “fraqueza”, como algo que se suporta calada. Como se fosse uma vergonha. Malone nos diz: isso não é normal. Isso é negligência médica, cultural e histórica.

Hormônios, cérebro e identidade: é mais do que calores e TPM eterna

A autora não fala apenas dos sintomas físicos — embora os explique de forma didática e firme. Ela vai além. Mostra como a falta de estrogênio impacta o cérebro, o coração, os ossos e a memória emocional. Fala de depressão, insônia, perda de libido, falhas cognitivas e inseguranças que muitas mulheres enfrentam e acham que são “culpa delas”.

Não são.

Malone dá nome ao que muitas sentem, mas não conseguem explicar: a desconexão com o próprio corpo, o apagamento do desejo, o cansaço de tentar ser forte o tempo todo.

Não basta sobreviver — é preciso exigir cuidado, tratamento, prazer

O livro é também um chamado à ação. Ele incentiva mulheres a buscarem profissionais atualizados, a exigirem opções de tratamento (incluindo a terapia hormonal, quando indicada), a se informarem, a se apoiarem mutuamente e, principalmente, a deixarem de aceitar o desconforto como destino.

Sharon Malone deixa claro: a menopausa não precisa ser o fim de nada. Pode ser o começo de um novo capítulo, mais verdadeiro, mais livre, mais potente. Mas, para isso, precisamos de conhecimento, de redes de apoio e de políticas públicas que levem a saúde da mulher a sério.

Um livro que toda mulher (e todo profissional de saúde) deveria ler

“Grown Woman Talk” é direto, empático e baseado em evidências. É uma leitura essencial para mulheres que não aceitam mais serem invisibilizadas, e para todas aquelas que desejam envelhecer com informação, dignidade e autonomia.

Se você está vivendo a perimenopausa, já passou pela menopausa ou ainda não chegou lá, esse livro é para você. Porque ele fala de algo que nos atravessa a todas: a reconquista do nosso corpo, da nossa história e da nossa saúde.

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